Eu tenho um roscófe. De bolso.
Não é muito bom, aliás, a fama dessa marca sempre o precedeu e é tão degenerada que o seu nome acabou virando adjetivo pejorativo de maquinário ruim.
O roscófe original moderno é um relógio de bolso Louis Roskopf de mil novecentos e guaraná de rolha. Velho, de um metal meio duvidoso — desses que precisam de polimento semanal para não fosquear.
Sua corda não é muito confiável, de vez em quando solta do gatilho e o relógio pára. Típico dos “Patent”.
A Louis Roskopf & Cie de Maison Confiance era uma fábrica suiça muito da mequetréfe, que emprestava seu nome da lendária Georges Frederich Roskopf, uma outra fábrica antiga de relógios honestos a 20 francos.
Esse meu roscófe pode até ser um da edição famosa americana “One dollar watch”, I don’t care.
Mas eu gosto mesmo desse relógio porque era uma peça velha da casa do meu avô, que ele restaurou, arrumou alguns problemas críticos e o fez funcionar novamente.
E me deu quando eu fiz 18 anos.
E aí, meu velho, não tem preço.